Resenha: Cartas para Martin
Hello, Pessoas!
Depois que li Jackpot cheguei à
conclusão de que vou ler TUDO que Nic Stone publicar, então escolher esse livro
para o projeto Representatividade Aqui e Acolá foi muito fácil e começamos com
o pé direito.
Antes de qualquer coisa, preciso dizer que você, branco, DEVE ler esse livro! É um livro real, necessário e educativo sobre a realidade da nossa sociedade.
Justyce está terminando a escola,
sonha em fazer faculdade em Yale, mas muita coisa começou a mudar em sua vida
no dia que ele foi abordado por um policial sem direito de dizer nada. A
abordagem do policial aconteceu quando ele estava tentando impedir a sua
ex-namorada a dirigir o carro bêbada, mas por ele ser negro e estar com um
moletom de capuz, o policial o viu como um bandido.
Essa foi a primeira vez que ele
sentiu o racismo e tal situação o levou a muitas reflexões e assim ele iniciou
um projeto pessoal, ser como Martin Luther King. Com isso, ele também começa a
escrever cartas para Martin, como uma forma de desabafo e reflexões.
Agora, eu só consigo pensar o seguinte: "O que teria sido diferente se eu não fosse negro?"
Depois desse fato, parece que Jus
está mais atento ao que acontece ao seu redor, muitas reflexões sobre o seu
papel no mundo, quem ele quer ser e o que ele deve fazer se algo como aquilo
acontecer novamente.
Pode até não haver mais bebedouros separados para as pessoas "de cor", e racismo hoje em dia é crime, mas, se eu ainda posso ser forçado a sentar no chão de concreto com algemas apertando meus pulsos mesmo sem ter feito nada errado, é bem óbvio que temos um problema. Que a sociedade não é tão igualitária quanto as pessoas gostam de dizer.
Em paralelo a isso, nós somos
apresentados a todos os tipos de pessoas e isso faz com que em algum momento a
gente se veja nesses personagens, seja o seu eu do passado, o seu eu do
presente ou quem você quer ser no futuro.
Esse livro traz de forma real e
crua a realidade que pessoas negras vivem, se alguém neste mundo ainda acredita
que o racismo não existe, deveria ler esse livro, se não mudar de ideia, é
porque não quer mesmo ver a realidade.
A escrita da autora é muito
fluida e envolvente, quando você menos espera está chegando ao final do
livro. Foi uma leitura difícil, carregada
de emoção e muitas reflexões. Terminei a leitura com apenas uma pergunta em
minha cabeça “como as pessoas negras se sentem ao ler esse livro?”
Não podemos controlar como as outras pessoas pensam e agem, mas temos o controle total sobre nós mesmos. No fim das contas, a única questão que importa é: se nada no mundo mudar, que tipo de pessoa prefere ser?
Sinopse: Justyce McAllister é um garoto de dezessete anos com um futuro brilhante pela frente. É um dos melhores alunos de uma prestigiada escola de Atlanta, tem uma mãe amorosa e um melhor amigo incrível. No entanto, um episódio de violência policial traz à tona que a distância entre ele e seu futuro é quase um abismo. Porque Justyce McAllister é negro, e isso significa que, muitas vezes, é julgado pela cor de sua pele.Ao ser agredido e detido injustamente, o olhar de Justyce desperta para um novo mundo, um lugar solitário em uma sociedade que insiste em vê-lo como ameaça ou como promessa de fracasso. Ele se dá conta, então, de que não pode mais fingir que não tem nada errado e decide iniciar um projeto: escrever cartas para Martin Luther King Jr., um dos mais importantes ativistas políticos pelos direitos dos negros, símbolo da luta contra a segregação racial nos Estados Unidos, morto em 1968.Ao tentar aplicar os ensinamentos de Luther King em sua vida, Justyce começa a trilhar um caminho para entender não só como deve reagir diante das injustiças, mas que tipo de pessoa ele quer ser. Em meio a questões familiares, desentendimentos com os amigos e complicações da vida amorosa, nas cartas ele expõe suas dúvidas, sua angústia, sua revolta e a percepção clara de que a sociedade não é tão igualitária quanto deveria.No livro de estreia de Nic Stone, vemos Justyce passar pelos desafios da adolescência, amadurecer e encarar o racismo que tanto afeta sua existência. Comovente e extremamente necessário, Cartas para Martin é um relato sobre ser um jovem negro e sobre o direito inalienável de existir. Um livro impossível de ignorar.
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